quinta-feira, 12 de fevereiro de 2015

Eu não consigo (não quero) deixar de me cobrar muito

Eu não quis ser irônica ao escrever o título deste post.
 
Na realidade, meu objetivo foi chamar a atenção para algo frequente: muitos são os que reclamam da autocobrança exagerada e poucos são os que realmente a deixam de lado.
 
Por que? 
 
Embora se cobrar muito tenha seus custos (como nunca se sentir nem suficiente nem satisfeito, ter insegurança, desânimo e baixa autoestima), é comum ter receios de mudar, tais como:
 
"Se eu não me cobrar, vou ficar desleixado, irresponsável e negligente"
"Se eu não pegar no meu pé, não farei as coisas direiro (meus resultados serão ruins) e não vou progredir"
"Se eu não for exigente comigo mesmo, vou errar mais e as coisas darão errado"
"Se eu não for atento, vou me largar"
 
Essas ideias sustentam comportamentos como:
- só focar nos erros e no que poderia/deveria ser melhor
- desqualificar os acertos (o "sim, mas...")
- estabelecer metas que não são alcançáveis (mas parecem...)
- se comparar com outras pessoas que tem resultados melhores que os seus (e se desmerecer, claro)
 
Essas ações tem consequências. Por exemplo: se você só foca no que deveria ter sido diferente (melhor!) e não foi, pode ficar com a falsa ideia de que não faz nada certo e de que, portanto, não é bom o suficiente. Pensando desse jeito, pode se sentir desanimado e não querer fazer mais nada, o que sabota qualquer possibilidade de aprimoramento.
 
Ou, então: se você estabelece pra si objetivos que não são humanamente possíveis (ex: trabalhar das 8:00 às 18:00 com o mesmo grau alto de motivação, sem sentir sono, cansaço ou qualquer coisa que atrapalhe sua produtividade), necessariamente, ficará frustrado  e poderá ver os resultados "ruins" como sinal da sua incompetência ou inadequação.
 
Por outro lado, ser mais compreensivo e tolerante consigo costuma ter efeitos incríveis como: melhora da autoestima (de forma realista), mais motivação e ânimo para seguir adiante, mais tranquilidade para lidar com o que não está bom, mais segurança, mais leveza, menos procrastinação (mais autonomia). Enfim, uma série de resultados que contrariam todas as ideias acima.
 
Caro leitor, não espero que você acredite que ser compreensivo tenha todas essas vantagens (a não ser que você já seja assim consigo). Eu mesma demorei a cogitar que isso era possível, mas não me arrependo de ter me permitido experimentar essa nova postura.
 
Espero, sim, que este post tenha ajudado a refletir um pouco sobre o que, de fato, se ganha e se perde com autocobrança exagerada e tolerância. Se quiser testar, veja algumas sugestões de como fazer isso aqui.
 
Ana Carolina Diethelm Kley
Para me adicionar no Twitter: @AnaDKley
 

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